A presença de corpos reais em papéis de destaque tem sido reivindicada nos últimos anos. Seja na moda, em programas de televisão, na internet ou na publicidade, o assunto sugere a quebra de um padrão estético que, durante muito tempo, foi predominante. Como resposta ao movimento, o segmento de vestuário plus size vive um período de aquecimento, com perspectiva de crescimento.
Dados da Associação Brasil Plus Size (ABPS) mostram que, entre 2014 e 2023, o setor cresceu mais de 75% no país. Só em 2021, o segmento movimentou mais de R$ 9,5 bilhões, e a expectativa é alcançar a cifra de R$ 15 bilhões até 2027.
O termo plus size é usado para categorizar roupas a partir do tamanho 44 ou da etiqueta GG. Muitas marcas investem no segmento, com a produção de peças variadas, como camisetas, calças, vestidos e, até mesmo, itens específicos como pijama feminino inverno ou biquínis e maiôs para verão.
O crescimento do mercado é uma resposta ao comportamento da sociedade, que aparenta estar cada vez mais consciente. Pesquisa realizada pela Mind Miners revelou que 76% dos entrevistados acham importante que empresas, principalmente do setor da moda e da beleza, mostrem a diversidade de corpos em seus catálogos.
Empoderamento, conforto e autoestima: o poder do plus size
O termo plus size surgiu em 1920, quando foi utilizado pela marca norte-americana Lane Bryant. Desde então, vem sendo cada vez mais usado, alcançando maior relevância no mercado da moda, contribuindo para o empoderamento, o conforto e a autoestima dos consumidores e, também, o combate aos preconceitos.
Para mulheres que se encaixam nos tamanhos descritos no conceito, a tendência no mundo da moda é benéfica, pois possibilita o encontro de mais peças pensadas especialmente para o seu tipo de corpo.
As opções vão desde as roupas para o dia a dia até os trajes de gala, passando pela moda praia e o sleepwear. As mulheres que vestem acima de 44 já encontram camisola plus size, disponível em diferentes modelos e cores. A atenção ao tamanho da roupa é essencial para a confecção de peças que sejam confortáveis e, também, aliadas para a autoestima.
Durante muito tempo, as marcas apenas reproduziam as peças dos tamanhos menores para o número 44+, deixando totalmente de lado o fator conforto, considerado fundamental para a usabilidade. Em outros casos, as peças plus size tinham modelagens básicas e em cores clássicas, sem explorar novos estilos e possibilitar a expressão da personalidade de quem as vestia.
Agora é possível encontrar roupas coloridas, estampadas, com design diferenciado para compor visual com acessórios e calçados, que podem ser desde um chinelo pantufa ou uma sandália papete, até os saltos altos, garantindo versatilidade aos looks.
O estudo global What Women Went, publicado em 2021, mostrou que 64% dos brasileiros acreditam que as marcas de moda são as que mais auxiliam na construção da autoestima, o que pode acontecer por meio da inclusão de mais itens no catálogo e da presença de modelos plus size em campanhas publicitárias.
Em outro estudo, publicado na edição de setembro de 2023 da revista Body Image, pessoas de 65 países revelaram que a aceitação do próprio corpo está diretamente relacionada ao bem-estar psicológico e à satisfação com a vida. O Brasil ficou na 56ª posição no ranking de apreciação corporal.